O aumento da esportivização da educação na juventude olímpica piauiense tem auxiliado cada vez mais na busca do protagonismo social

Por Matheus Sousa

Nem só de dribles, saltos à distância ou arremessos de peso se faz uma olimpíada. As olimpíadas escolares, mais do que competições esportivas, são um veículo potente para moldar o caráter e promover o crescimento dos alunos. Além do aspecto competitivo, esses eventos oferecem uma série de benefícios para a formação integral dos jovens, impactando positivamente suas vidas dentro e fora de sala.

De acordo com Leonardo Airton, presidente do Sindicato das Escolas Particulares do Piauí (SINEPE-PI) e idealizador das Olimpíadas das Escolas Particulares, a inclusão do esporte na educação dos estudantes fortalece não apenas a sua relação com a instituição educacional, mas também a interação com colegas, disciplina e concentração.

“O evento é responsável por promover uma integração entre alunos de diferentes instituições, criando um ambiente de união e harmonia. Para as escolas parceiras, não apenas promove valores esportivos, mas também contribui para o desenvolvimento social desses jovens, especialmente após períodos de isolamento social, como os vivenciados durante a pandemia”.

Ao participar desses eventos, os alunos também desenvolvem habilidades mentais importantes. Segundo Jadelson Ribeiro, técnico esportivo e presidente da Federação de Tênis de Mesa do Piauí, tais atividades esportivas têm proporcionado novas experiências aos alunos, promovendo desafios que vão além do ambiente escolar.

“A participação regular nessas atividades não só fortalece amizades e relacionamentos entre os estudantes, mas também tem um impacto positivo no desempenho dentro de sala de aula. Se um aluno ama sua escola e participa de atividades que o interessam, torna-se mais dedicado e alinhado com a educação. Ele vai querer ser um bom aluno, ganhar bolsas, porque não quer deixar aquela escola que tem o esporte como um atrativo muito forte”.

Desde que se envolveu nas Olimpíadas das Escolas Particulares, Davi Carvalho Ferreira, jogador de futsal e aluno do segundo ano do ensino médio no Colégio Sagrado Coração de Jesus, viu sua vida e estudos ganharem uma nova dimensão.

“Aprendi a gerenciar meu tempo de forma mais eficiente, a manter o foco nas minhas metas e a lidar melhor com a pressão dos exames e provas. Acredito que essas competições proporcionam aos estudantes uma oportunidade única de crescimento pessoal e desenvolvimento de habilidades que vão além das salas de aula”, afirma.

Assim que começou a participar do evento, o estudante compartilhou como se sentiu reconhecido, destacando o incentivo adicional de saber que há investimento, oferecimento de espaços e treinamento profissional. Para ele, isso fez com que se sentisse mais valorizado, mostrando que seu esforço vale a pena.

Davi ainda compartilhou a reflexão e conclusões que tirou sobre mudanças que podem ser promovidas por meio do trabalho em conjunto.

“Tudo isso nos faz reconhecidos, não apenas nós, mas os professores e a comissão técnica também recebem reconhecimento pelo o que eles fazem, pessoas que vêem que o esforço, o investimento delas está dando resultado. Quando investem nisso, estão investindo no ser humano que pode fazer coisas melhores para todo mundo. Como a sociedade é formada por várias pessoas, quando você melhora algo para uma pessoa, melhora tudo”.

Ao incentivar a participação ativa em atividades extracurriculares, como as olimpíadas escolares, estamos investindo no fortalecimento dos vínculos comunitários e na formação de jovens determinados. O apoio e promoção desses eventos levam à construção de uma cultura de reconhecimento e valorização da educação que vai além do currículo escolar tradicional.