Diante dos desafios apresentados pelo novo coronavírus, surgiu uma nova forma de se empreender, o que deu vida à novas microempresas e também as levou ao plano digital.
por Maria Clara Alves Magalhães e Bárbara Memória de Almeida Fogaça
No ano de 2020 o desemprego no Brasil alcançou altos níveis, causando impacto em diversos setores da atividade comercial. Muitos estabelecimentos tiveram suas atividades suspensas devido ao isolamento e nem todos tiveram acesso ao auxílio emergencial que foi ofertado pelo governo. Em meio a esse cenário inúmeros profissionais tiveram que se reinventar e buscar maneiras de nascer e crescer no mercado digital em busca de uma renda. Renda essa, muitas vezes, utilizada para sustentar famílias inteiras.
A combinação do desemprego e da falta de acesso ao auxílio emergencial foi responsável por essa alta no nível de desemprego e se expressou na brusca queda da renda. A renda média das famílias brasileiras caiu R$ 250, principalmente por conta da queda da renda do trabalho. Sem a Renda Básica Emergencial, essa queda teria sido 40% maior (R$ 350). Sem o auxílio emergencial de R$ 600,00 a taxa de pobreza teria saltado para 30% da população de acordo com pesquisa feita pelo jornal da USP.


O mercado digital vem crescendo ultimamente em grandes proporções, já que possibilita a minimização da interação entre o vendedor e o cliente. A internet se mostra uma alternativa muito útil para a venda de vários tipos de produtos, sendo, hoje em dia, a modalidade mais viável, na medida em que esse afastamento que evita o contato direto se faz necessário de acordo com as orientações de proteção contra o vírus.
Ao contrário do que se esperava, a pandemia trouxe crescimento para muitos empreendedores que souberam usar a tecnologia como aliada. As empresas on-line cresceram 118% entre fevereiro e agosto desse ano, segundo pesquisa feita pela empresa Neotrust/Compre&Confie. Conversamos com Samuel Moraes, administrador de empresas especializado em marketing e publicidade empresarial, que dá dicas e opiniões sobre o assunto.
“Empreender é uma habilidade que pode ser desenvolvida em qualquer pessoa, é um comportamento. Hoje em dia muitos foram desafiados a empreender em um cenário de grande incerteza e a internet foi uma das ferramentas essenciais para que o mundo não parasse totalmente. Esse período provou que muitos negócios podem se reinventar completamente de forma digital e que podem ser operacionalizadas da sala de casa. Nem tudo pode ser feito de casa ainda, mas, sem dúvida, a internet transformou os resultados de muitos negócios.”, afirma Samuel.
Diante do cenário atual de desemprego já descrito, há quem aponte o emprego digital como o emprego do futuro. Embora considere que seja importante acompanhar as mudanças de cada área, Samuel concorda que novos postos e funções serão criados. Daí a importância de que os trabalhadores se mantenham sempre atualizados, para que não “fiquem de fora” das novas oportunidades.
Com relação aos novos negócios, Samuel ressalta que o planejamento é fundamental.
Seria o emprego digital o emprego do futuro, responsável por diminuir a taxa de desemprego no país? “Para abrir um negócio na prática você deve fazer o seu modelo de negócio e validar esse modelo, colocar no mercado a primeira versão desse empreendimento (MVP), e ir fazendo as devidas correções para aperfeiçoamento da operação. Assim você irá até encontrar o seu product market fit, que é descobrir onde você se encaixa no mercado. Passando dessa fase você estará pronto para escalar o seu negócio. Falando parece fácil, mas é uma grande jornada com erros e acertos, onde cabe ao empreendedor buscar sempre conhecimento para diminuir as incertezas.”
A dificuldade trouxe a inovação
“A pandemia me fez adiar outros sonhos, então resolvi pôr esse em prática.”

Thainah Cortez, 26 anos e graduada em direito, decidiu abrir seu pequeno negócio on-line, que ela divulga com posts e fotos muito atrativas e estrategicamente planejadas para chamar a atenção de quem entra na página para os seus produtos do ramo alimentício. Ela aponta os problemas enfrentados nessa trajetória: “O pior deles foi que a pandemia trouxe um aumento nos preços de embalagens, matérias-primas e alimentos em geral”.
De todo modo, Thainah consegue ver claramente vantagens da sua atividade em tempos de pandemia da Covid-19: “Trabalho de acordo com os meus horários e a minha disponibilidade, não tenho contato direto com as pessoas e teria se trabalhasse em um espaço físico, o pouco contato que tenho com as entregas é sempre com devido cuidado necessário para minha proteção”, pondera.
Matéria perfeita! Nota 10!
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